6- NOSSO POVO - LINDA GENTE - MESTRE DERLI





MESTRE DERLI 52 DA SILVA COSTA ANOS DE CAPOEIRA NA CIDADE DE DEUS.



PALAVRAS DE UM MESTRE - MESTRE DERLY POR ELE MESMO

Mestre Derly- 52 anos de Capoeira. 

Mestre Derly: Desabafo!! Eu antes não falava 😎 mais o tempo me ensinou que quem cala consente. 

Mestre Derly: Na Cidade de Deus minha vida não foi um mar de rosas 😎 eu  enfrento o  bullying até hoje por causa da capoeira, mas eu não desisto, e me divirto com isso 😁 

Mestre Derly: eu sou causador diblo a inveja pois ter talento não é crime 🤔 Causo raiva, ciúme 🤔 

Mestre Derly: Falam que capoeira não dá isso não dá aquilo mas eu nunca pedi nada a ninguém 😎 + eles 🤔 me pedem dinheiro e tentam me usar 🤗!! 

Mestre Derly: Deus não quer que eu pare com a minha missão aqui na terra. Muitos me frustraram, me substimaram no passado, hoje não lembram ou fingem que não se lembram 🤔

Mestre Derly: Já resgatei muitos prontos para a morte eu com15 ,16 anos fui buscar sem negociar😎!! 

Mestre Derly: me deram o título de uma das 7 maravilhas de Jacarepaguá em 1992, mas a minha missão mais turbulenta sempre foi na cidade de Deus!! 

Mestre Derly: Se eu fosse capitalista ou materialista 🤔 estaria bilionário trabalhei com o coração e não com a cabeça 😎

 Mestre Derly: Até hoje driblo a intolerância religiosa, o bullying e a falsidade  

Mestre Derly: A nossa cor e raça são o tempo todo menosprezados, mas eu gosto de desafios 😁 

Mestre Derly: Quando vou para exterior eu dou palestras a respeito  sou muito respeitado e valorizado🤗 talvez seja por isso que levam a capoeira com seriedade sabem que nem tudo no Brasil é só diversão. É calor humano 🤗 

Mestre Derly: Nosso acordo é com DeuS.

 02/10/18






























 foto de Maria Puppim Buzanovisk
Mestre Derli   capoeira garantindo o dom do bem viver. 
Contato
tel. 55 (21) 975163072,
Filho de Antonio da Silva e de Dercecleia da Costa. Nasceu no dia 02 de abril de 1956, na comunidade de  São Carlos no bairro do Estácio, Rio de Janeiro.
Tem duas filhas Darla e Darlene que seguiu o mesmo  caminho  da capoeira.  Darlene é professora  de educação física e capoeirista. 
Com três anos foi morar na Rocinha com os pais.
Dos sete anos até os nove anos foi morador de Rua. Próximo de completar 11 anos junto com sua mãe vem  morar  na Cidade de Deus, chegou no dia 12 de outubro, dia das crianças. Com ela viveu até os 30 anos. 
Eu dormia na rua, catava vidro e cobre para vender, era boleiro, ou seja, pegava bola de golfe, sempre trabalhando para comer.  Ia para Legião da Boa Vontade, o Rex ia comigo e o meu violão de brinquedo. Eu e o meu  cachorro éramos muito bem tratado lá. Eu andava pra tudo o que era lado com meu cachorro Rex. Quando me queimaram ele morreu atropelado. Eu gostava muito do cachorro, era presente de minha mãe, mas, ele não sobreviveu. Com oito anos dormindo dentro de um carro, três pessoas me jogaram tine e me queimarão. Fui socorrido pelo Victor, Salomão e o Estives, um inglês eles me levaram para o hospital da Lagoa.
Eles queriam cuidar de mim e foi com eles que aprendi os primeiros movimentos de capoeira. Depois aprendi um pouco com seu Noé.

Mas foi com o Mestre Rock que comecei a praticar a capoeira e depois fui participar de várias rodas de capoeira. Ficava nas feiras do Jardim de Alá e de Ipanema e lá sempre encontrava com alguns artistas me davam comida a Leila de Diniz, o Agildo Ribeiro, a Marieta Severo. Eles  sempre me auxiliavam.
Também jogava capoeira na Praia do Pinto.
A capoeira sempre foi mais forte que as dores da vida, se não estava bem, ia para uma roda de capoeira e melhorava. Eu tive amigos que foram para o lado errado da vida. Mas a capoeira para mim  era tudo. Nela que encontrei a minha infância. Sempre gostei mais do que pipa e bola da capoeira.
Já recebi várias medalhas e já fui muito homenageado em Jacarepaguá. Recebi medalha Tiradentes, medalha do movimento de cultura negra, e do cônsul de Canadá,  já fui duas vezes aos Estados Unidos. E tenho aluno que da aula no Canadá.
 Mestre Derli viaja muito pelo Brasil, Recife e exterior.



Sempre fiz roda de capoeira no carnaval e tem gente que vem de fora para as rodas, às vezes dormem aqui em casa. Mestre Derli sempre deu aula na Cidade de Deus. Na Escola Municipal Luiz Carlos Prestes quando as crianças ouviam o atabaque ficavam mais calmas e seguras.

 O Consulado Americano me convidou para apresentar o meu grupo para o Presidente Obama,  o cônsul falou que já tinha ouvido falar do meu trabalho e a R.A da Cidade de Deus também me recomendou para receber o Presidente dos Estados Unidos.  

A bandeira da capoeira foi levada com muito mais atenção. Como dizem os meus amigos e Mestres: levantou o astral da capoeira.  Sou conhecido como Mestre de Jacarepaguá. 

ENTREVISTA COM MESTRE DERLI HÁ 55 ANOS NA CAPOEIRA SENDO 52 EM CIDADE DE DEUS.


CDD VIVE - Mestre qual a principal é expressão cultural desenvolvida pelo senhor?

Mestre Derli : A Capoeira

CDD VIVE - Em qual período do ano e onde a atividade acontece?

Mestre Derli:  Durante todo ano,  e há 52 anos na Cidade de Deus, atualmente no CEAC-ONG local, Escola Municipal Alphonsus de Guimarães e Igreja Episcopal da Cidade de Deus. Além de participações em rodas de Capoeiras, eventos folclóricos e de expressões da matriz africana, em outros territórios do Rio de Janeiro e do Exterior- Canadá e Estados Unidos da América, ultimamente tenho ido para Recife e Paraíba a serviço da capoeira canadense.


CDD VIVE -A iniciativa é atendida ou apoiada por programas, projetos e ações de governo (municipal, estadual ou federal) ou de organizações não governamentais?


Mestre Derli: Não. Temos parcerias com ONGS locais, igrejas e Escolas Municipais,  quanto  a cessão e manutenção administrativas dos espaços onde acontecem as atividades e na igreja além do espaço uma ajuda de custo.


CDD VIVE- Quais são os principais problemas enfrentados para manter a atividade, como esses problemas são enfrentados?
Mestre Derli: A intolerância religiosa  por conta da ignorância é o grande obstáculo, muitas famílias acham que Capoeira é religião, hoje enfrentamos diariamente além da falta de recursos financeiros a violência do local. Contra a intolerância temos o diálogo e mostramos com exemplos que o cidadão que entra na roda de capoeira e passa a ter controle dos seus passos respeita os seus semelhantes e o espaço natural onde vive, passa a ter regras, modifica comportamentos e a autoestima é favorecida. Quanto à violência ensinamos a ter cuidados básicos para amenizar os riscos nos deslocamentos, orientando vigilância audível e visual além de escolhas de rotas para a locomoção. Porém a falta de recursos acaba prejudicando o deslocamento  do grupo e a qualidade do lanche oferecido.


CDD VIVE-Como é feita a transmissão dos saberes às novas gerações e quais têm sido as dificuldades para manter o interesse dos mais jovens pela tradição? 



Mestre Derli: As atividades são sistemáticas,  as  rodas de capoeira acontecem  3 vezes por semana, a rodas de conversa é periódica e com momentos de reflexão sobre postura, comportamento, deveres, respeito, direitos,  rendimento escolar com reforço escolar, além de repasse de  temas da cultura popular e da história do Brasil.

CDD VIVE- Qual é o objetivo desta iniciativa de fortalecimento e valorização cultural? 

Mestre Derli:

Trabalhamos da seguinte forma: 

Repassamos a metodologia da Capoeira, rica nos cânticos e toques advindo da cultura oral da população de matriz africana, acompanhar a formação de crianças a partir dos 6 anos e jovens até 18 anos fazendo com que ambos tenham compromisso e êxito na vida: incentivando-os a estudar e conseguirem bons resultados na vida escolar, oferecendo reforço escolar. A matrícula independe do candidato está estudando ou não, pedimos que vá acompanhado por seu responsável que apresentem o material escolar no primeiro dia e aqueles que não estão estudando são direcionados a estudarem é dado um prazo para a efetivação da matrícula. É acompanhado o processo destes, além do acompanhamento sistemático dos resultados escolares.

Inseridos ao grupo o aluno aprende a história da capoeira, noções da história do Brasil:

Foto histórica dos mestres. Chita, Silas Machado, Zezeu, Gegê, Derli e Lapinha.
b)           ter relação positiva e respeitosa com seus familiares, amigos e comunitários, com exemplos demonstrados por mestres oriundos da comunidade fortalecendo a afirmação que todos são capazes de progredirem na vida, que eles são os autores de seus destinos e que são os seus atos frente ao mundo que poderão dar chances de mudanças sociais, basta terem oportunidades e serem acompanhados pela família, escola, grupo cultural;


c)            Fazer palestras com todos os iniciantes e instrutores de Capoeira. São feitas pesquisas e atuação da capoeira arte-educação, nestas pesquisas trabalhamos a atuação da capoeira no desenvolvimento humano, no resgate e desenvolvimento do ritual da roda, o aprendizado da utilização dos instrumentos, repasse do repertório musical (toques de berimbaus e reco-recos, além de torneiros de chulas e toques de instrumentos de percussão) e dos movimentos do jogo da capoeira. Apresentamos momentos de troca de saberes com outros profissionais de todos os estilos e linhagens da Capoeiragem;

d)           Repassamos   ritmos como o Maculelê, Jongo, Samba de Roda.  Trabalhamos com Dança do Congo estas atividades  faz com que a cultura e o folclore brasileiro sejam de domínio público e que seja fortalecida a memória oral destes saberes;

e)           Intercâmbio cultural – se dá por meio de acolhimentos e visitas/viagens, participações com outros grupos de capoeiras  nos territórios do Rio de Janeiro,  em estados do Brasil e no Canadá e nos Estados Unidos;


Alunos de Vancouver no Canadá

Intercâmbio USA


Intercâmbio Canadá
CIEP Luiz Carlos Prestes
Doc. Divulgação

f)            Formei 11 Mestres dentro do âmbito nacional e três Mestres em âmbito Internacional e cabe acompanhamento, além de novos ensinamentos


CDD VIVE-  Quando esta iniciativa começou? 

Mestre Derli: A graduação de Mestre ocorreu em 1972 desde então a Cidade de Deus é o berço da Capoeira Ariri. Há 50 anos desenvolvendo ações que permitam a perpetuação da Capoeira em Cidade de Deus. Ao longo destes anos temos atuado nas Escolas Municipais, nas Igrejas, nas quadras de Esporte da comunidade, quadra de samba, Ongs. Já formamos 11 Mestres que atuam no Rio de Janeiro e 3 mestres que atuam 2 no Canadá e um nos Estados Unidos. Tivemos a oportunidade de jogar para o Presidente do Estados Unidos Barack Obama.
Foto GI - O Globo 20/03/2011.






Foto tribuna do Norte

CDD VIVE- Quais as dificuldades para a realização desta iniciativa cultural  as têm enfrentado?

Mestre Derli: O preconceito é a chagas que corroem qualquer autoestima,  vencê-lo só resistindo,  e apresentando o lado verdadeiro, desmistificando vínculos imaginários e fortalecendo ações afirmativas de pertencimento e de repasse de cultural. A grande dificuldade é com a ignorância, o desconhecimento da causa e a rejeição de sua própria origem,  a solução está acoplada a algumas outras ações como: uma família presente, participação efetiva na escola, cuidados com a saúde, e que nos cabe ter como pauta em nossas rodas de conversas além da nossa ação direta que  é a apresentação do valor deste repasse cultural  que na realidade está imbricado em nossa construção cultural e étnica. Somos de uma realidade complexa sujeitos a interferências de todos os lados incluindo a violência do local . Precisamos trabalhar para informar sobre os recursos possíveis, desconstruir estes problemas vinculados ao preconceito e nada melhor do que cantando, dançando, jogando, tocando, fazendo capoeiragem.

Desta forma já conseguimos tirar alguns meninos do risco social e já enviamos formamos Mestres para multiplicar a filosofia do respeito, da paz, do companheirismo, do desenvolvimento protagonismo de um cidadão dentro e fora do país.


CDD VIVE- Quem e quantas são as pessoas da comunidade que participam da realização da iniciativa cultural? Diga também o que é feito por estas pessoas.  

Mestre Derli: Formei 11 mestres que atuam no Brasil e três mestres no exterior,  2 no Canadá e um no Estado Unidos. 
DOCUMENTOS
CERTIFICADOS



























 Recebendo a Menção Honrosa de Mestre.


Mestre Derli na FLIZO _ E. M. José Clemente Pereira


Com os alunos Antônio Xeréu de Teresópolis, Mestre Roque de Vilar dos Teles. Professor Tatuí da Grécia, professor Fabiano de Jacarepaguá e Mestre Carmelina de Serra Espírito Santo.

Posse de diretor técnico da Federação de Capoeira do Estado do Rio de Janeiro  - LOcal Caio Martins em Niteroí - 29/08/1997.

Apresentação para Dom Orani Tempesta na Colônia Curupaití - 24/06/2012.

Foto Maria Puppin Buzanovisk

Visita do presidente dos Estados Unidos ao Brasil, Cidade de Deus.

 Fotos: Maria Puppim Buzanovisk

 Fotos: Maria Puppim Buzanovisk

Projeto Social de Pernambuco em Olinda. Aché Brasil Canad
á

2018.



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